sexta-feira, 10 de abril de 2009

Cegueira dos sentidos


Desfolhou-se um malmequer, quando trocaste a palavra Amor por outra qualquer, uma máscara soltou-se, um rosto feito do nada revelou-se, e no mar, que delicadamente pintei com o meu amar, perdeu-se para sempre aquele olhar...

A cotovia tinha no lugar da razão um pedaço de ilusão; uma cega paixão fazia sentir um outro coração, uma canção composta de maldição, mas dita ao ouvido com emoção, soltava a sua imaginação. Nesses instantes, em que as aves não pisavam o chão, no abrir de cada mão, libertavam-se bolas de sabão, estranhamente, num toque de perfeição, uma estrela apagava a contradição e tudo parecia uma maravilhosa predestinação.

Rodopiava a cotovia, senhora da alegria, não sabia que aquilo sentia era apenas o que queria... talvez num dia de eterna fantasia!...

sexta-feira, 3 de abril de 2009

O son(h)o da cotovia


Numa manhã de Outono, veio um forte sono!... e num silêncio medonho, roubou o sonho que tinha bordado com os fios do teu ar risonho.

Na ilha, nunca mais amanheceu, um vulcão adormeceu nos braços de uma lagoa cor do céu, a terra arrefeceu e tudo o que um deus teceu, transformou-se numa densa bruma em forma de véu!
O sono é feito desta paisagem deserta, é uma luz encoberta quando a vontade já não aperta, uma enorme planície aberta onde o sonho se liberta. No vazio as flores não têm cor, perde-se o odor, o caminho faz-se sem dor!



- Ah, Cotovia!... Quem viu ao lado de quem te queria…
Seria alquimia de quem te via?!