sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Um punhado de palavras

Encostei um punhado de palavras proibidas, daquelas que nunca te disse por serem sabidas, à sombra de uma roseira, veio o vento e sentou-se à minha beira:

-Porque choras dessa maneira?
As lágrimas não fazem crescer as flores e as flores não brotam de tantas dores. O canteiro que semeaste é feito de poucas cores, uma tela escura, duas pinceladas de amargura e um traço de ternura.

Um arrepio cobriu a terra de frio e nunca mais se ouviu um pio...

Colhi gota a gota o sorriso que tinha perdido, e com um ar contido, depositei no sopro do vento tudo o que me tinhas prometido.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Voar cansa


Por detrás do sol, perto da escuridão, há uma sombra que procura o teu chão. Voar também cansa, o sonho tem a brevidade de uma ilusão, a magia é apenas um instante.
Devolve-me o cheiro a terra molhada, aconchega-me às pedras frias da tua calçada, deixa-me ser o sol que procuras, a mão que te alisa o cabelo, a voz que te espera ao fim do dia…