Naquela noite fria e escura, entreguei o sonho à loucura e já despida de toda a ternura, parti perdida à tua procura.
Descobri que ao fundo da rua, havia uma casa que diziam ser tua. Quatro paredes nuas, uma porta sem fechadura, sete luas a fingir de cobertura.
Lá dentro, junto à lareira, rimavas uma história que um dia foi verdadeira. À luz de uma candeia, um verso solto perdia-se na poeira, uma palavra escondia-se na tua algibeira...
Hoje sei que o teu poema era feito de meia dúzia de promessas, algumas rasgadas na bruma; a tua casa... apenas mais uma; tu... uma estátua que esculpi na espuma!